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Tradução de 'Professora McGonagall', texto escrito por J.K Rowling ao Pottermore

domingo, outubro 04, 2015 A+ a-


Minerva McGonagall é a atual diretora na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Uma bruxa alta, de aspecto severo com cabelo preto geralmente preso em um coque apertado, poucos alunos se atrevem a contradizê-la; ela é uma figura imponente que pode rapidamente identificar um problema.

Infância

Minerva McGonagall foi a primogênita, e única filha, de um ministro Presbiteriano Escocês e uma bruxa educada em Hogwarts. Ela cresceu nas Terras Altas da Escócia no início do século XX, e só aos poucos tomou ciência de que havia algo estranho, tanto com suas próprias habilidades, quanto com o casamento de seus pais.

O pai de Minerva, o Reverendo Robert McGonagall, foi cativado pelo alto astral de Isobel Ross, que vivia no mesmo povoado. Como seus vizinhos, Robert acreditava que Isobel frequentava um seleto colégio interno para moças na Inglaterra. Na verdade, quando Isobel sumia de casa por meses certo tempo, ela estava indo para a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

Ciente de que seus pais (ambos bruxos) torceriam o nariz para sua conexão com o sério jovem trouxa, Isobel manteve sua crescente relação em segredo. Por volta de seus dezoito anos, ela já estava apaixonada por Robert. Infelizmente, não havia encontrado coragem para contar a ele o que ela era. 

O casal fugiu, deixando os pais de ambos furiosos. Agora afastada de sua família, Isobel não teve coragem de minar a felicidade da lua de mel contando ao seu novo marido que ela havia se graduado com louvor em Feitiços em Hogwarts, nem que havia sido campeã do time de Quadribol da escola. Eles se mudaram para um presbitério (residência ministerial) nos arredores de Caithness, onde a bela Isobel se provou surpreendentemente hábil em aproveitar ao máximo o pequeno salário do ministro.

O nascimento da primeira filha do casal, Minerva, foi para os dois uma alegria e uma crise. Sentindo falta de sua família, e da comunidade mágica da qual abriu mão por amor, Isobel insistiu em nomear sua filha recém-nascida em homenagem a própria avó, uma bruxa imensamente talentosa. O estranho nome fez levantar as sobrancelhas da comunidade em que ela vivia, e o Reverendo Robert McGonagall encontrou dificuldade em explicar a escolha de sua esposa para seus paroquianos. Além disso, ele estava alarmado do mau humor de sua esposa. Amigos o asseguraram de que às vezes as mulheres ficam sensíveis após o nascimento de um bebê, e de que Isobel voltaria a ser ela mesma em breve.

No entanto, Isobel se tornou mais e mais retraída, por vezes recluindo-se com Minerva por dias. Mais tarde, contou à sua filha que ela havia demonstrado pequenos, mas inconfundíveis, sinais de magia logo em suas primeiras horas. Brinquedos que haviam sido deixados em cima de prateleiras apareciam em seu berço. O gato da família a ajudava a pedir coisas quando ainda não podia falar. As gaitas de seu pai eram ocasionalmente ouvidas tocando sozinhas em quartos distantes, um fenômeno que fazia a pequena Minerva gargalhar.

Isobel estava dividida entre o orgulho e o medo. Ela sabia que devia confessar a verdade para Robert antes que ele presenciasse algo que pudesse alarmá-lo. Finalmente, em resposta ao paciente questionamento de Robert, Isobel debulhou-se em lágrimas, recuperou sua varinha da caixa trancada em baixo da cama e mostrou a ele o que ela era.

Embora Minerva fosse muito jovem para se lembrar daquela noite, seu desenrolar a deixou com uma amarga compreensão das complicações de crescer com mágica em um mundo Trouxa. Embora Robert McGonagall amasse sua esposa da mesma forma mesmo após descobrir que ela era uma bruxa, ele estava profundamente chocado com sua revelação, e pelo fato de ela ter mantido tal segredo por tanto tempo. Além de tudo, ele, que se orgulhava de ser um homem íntegro e honesto, fora arrastado para uma vida de sigilo que era estranha à sua natureza. Isobel explicou, entre soluços, que ela (e a filha) estavam sujeitas às regras do Estatuto Internacional de Sigilo, e que deviam encobrir a verdade sobre si próprias, ou encarar a fúria do Ministério da Magia. Robert também titubeou ao pensamento de como os moradores locais – no geral, um povo austero e convencional – se sentiriam sobre o ministro ter uma bruxa como esposa.

O amor resistiu, mas a confiança foi quebrada entre seus pais, e Minerva, uma criança esperta e observadora, assistiu a isso com tristeza. Mais duas crianças, ambos homens, nasceram para os McGonagalls, e ambos, em determinado momento, revelaram habilidades mágicas. Minerva ajudou sua mãe a explicar para Malcolm e Robert Junior que não deviam exibir sua magia, e auxiliou sua mãe a encobrir os acidentes e embaraços que a magia de seus irmãos às vezes causava.

Minerva era muito próxima de seu pai trouxa, a quem era mais semelhante em temperamento que a sua mãe. Ela viu com dor o quanto ele lutou com a situação estranha da família. Ela sentiu, também, o quanto sua mãe se sacrificava para se encaixar na aldeia totalmente trouxa, e o quanto ela sentia falta de estar com seus iguais, exercitando seus consideráveis talentos. Minerva nunca esqueceu o quanto sua mãe chorou, quando a carta de admissão na escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts chegou no seu décimo primeiro aniversário; ela sabia que Isobel soluçava, não só por orgulho, mas também por inveja.

Vida Escolar

Como frequentemente acontece quando o bruxo ou bruxa vem de uma família que lutava contra sua identidade mágica, Hogwarts foi, para Minerva McGonagall, um lugar de alegria e liberdade.

Minerva chamou atenção incomum para si logo em sua primeira noite, quando revelou-se uma Hatstall. Depois de cinco minutos e meio, o Chapéu Seletor, que estivera hesitando entre as casas Corvinal e Grifinória, colocou Minerva nesta última. (Anos depois, a circunstância era assunto de leve humor entre Minerva e seu colega Filius Flitwick, sobre o qual o Chapéu Seletor sofreu da mesma confusão, mas chegou à conclusão oposta. Para os dois diretores de casa era divertido pensar que eles poderiam, se não fosse por esses momentos cruciais em suas juventudes, estar na posição um do outro).

Minerva foi rapidamente reconhecida como a aluna de mais destaque em seu ano, com um talento particular para Transfiguração. Enquanto progredia em sua educação, ela demonstrou ter herdado o talento de sua mãe e o senso moral de ferro de seu pai. A vida escolar de Minerva coincidiu por dois anos com a de Pomona Sprout, mais tarde Diretora da Casa Lufa-Lufa, e as duas aproveitaram uma excelente relação, tanto na época quanto em anos posteriores.

Ao fim de sua educação em Hogwarts, Minerva McGonagall havia alcançado um recorde impressionante: as melhores notas em N.O.M.s e N.I.E.M.s, Monitora, Monitora-Chefe, e vencedora do prêmio Transfiguração Hoje como Revelação Mais Promissora. Sob a orientação de seu inspirador professor de Transfiguração, Alvo Dumbledore, ela conseguiu se tornar um animago; sua forma animal, com sua identificação distinta (gato malhado, marcas de óculos quadrados ao redor dos olhos) foi devidamente inscrita no Registro de Animagos do Ministério da Magia. Minerva era também, como sua mãe, uma habilidosa jogadora de Quadribol, apesar de uma feia queda em seu último ano (uma falha durante o jogo Grifinória versus Sonserina que decidiria o vencedor da Taça) a ter deixado com uma contusão, várias costelas quebradas e um desejo duradouro de ver a Sonserina ser esmagada em campo. Apesar de ter desistido do Quadribol ao deixar Hogwarts, a inata e competitiva Professora McGonagall acabou se interessando mais tarde pelas conquistas do time de sua casa, e manteve um olhar afiado para talentos no Quadribol.

Decepção Amorosa

Após formar-se em Hogwarts, Minerva retornou para seu presbitério para aproveitar um último verão em família antes de se mudar para Londres, onde lhe havia sido oferecido um cargo no Ministério da Magia (Departamento de Execução das Leis Mágicas). Esses meses se provaram uns dos mais difíceis da vida de Minerva, pois foi aí, com apenas dezoito anos, que ela provou-se realmente filha de sua mãe, apaixonando-se perdidamente por um menino trouxa.

Foi a primeira e única vez na vida de Minerva McGonagall em que pode-se dizer que ela perdeu a cabeça. Dougal McGregor era o filho bonito, inteligente e divertido de um fazendeiro local. Embora menos bonita que Isobel, Minerva era inteligente e espirituosa. Dougal e Minerva compartilhavam o senso de humor, argumentavam ferozmente, e tinham misteriosas suspeitas um pelo outro. Antes que percebessem, Dougal estava de joelhos em um campo arado, propondo casamento, e Minerva estava aceitando.

Ela foi para casa, com a intenção de contar aos seus pais sobre seu noivado, mas viu-se incapaz de fazê-lo. Durante toda aquela noite ela ficou acordada, pensando em seu futuro. Dougal não sabia o que ela, Minerva, realmente era, não mais do que seu próprio pai sabia sobre Isobel na altura em que se casaram. Minerva testemunhou de perto o tipo de casamento que poderia ter caso se casasse com Dougal. Seria o fim de todas as suas ambições; significaria uma varinha trancada, e crianças ensinadas a mentir, talvez até para o próprio pai. Ela não se deixou cair na ilusão de que Dougal McGregor a acompanharia para Londres, enquanto ela saía todos os dias para trabalhar no Ministério. Ele ansiava herdar a fazenda de seu pai.

Na manhã seguinte, Minerva escapou da casa dos pais e foi dizer a Dougal que havia mudado de ideia, e não poderia se casar com ele. Ciente de que se quebrasse o Estatuto Internacional de Sigilo ela perderia o emprego no Ministério pelo qual abria mão do noivo, ela não pôde lhe dar nenhuma boa razão para a mudança de ideia. Ela o deixou devastado e partiu para Londres três dias depois.

Carreira no Ministério

Mesmo que indubitavelmente seus sentimentos pelo Ministério da Magia tivessem sido tingidos pela recente crise emocional, Minerva McGonagall não era muito feliz em seu novo trabalho e sua nova casa. Alguns de seus colegas de trabalho tinham uma tendência anti-trouxa enraizada, que dada a sua adoração por seu pai trouxa, e seu contínuo amor por Dougal McGregor, ela deplorava. Embora fosse uma eficiente e habilidosa funcionária, e a paixão de seu chefe muito mais velho, Elphinstone Urquart, Minerva estava infeliz em Londres, e percebeu que sentia falta da Escócia. Finalmente, depois de dois anos no Ministério, lhe foi oferecida uma prestigiosa promoção, e ainda assim ela a recusou. Ela enviou uma coruja a Hogwarts, perguntando se poderia ser considerada para o cargo de professora. A coruja voltou em poucas horas, lhe oferecendo um cargo no departamento de Transfiguração, sob o Chefe de Departamento, Alvo Dumbledore.

Amizade com Alvo Dumbledore

A escola saudou o retorno de Minerva McGonagall com prazer. Minerva se dedicou totalmente ao seu trabalho, provando-se uma professora rigorosa, mas inspiradora. Se ela mantinha cartas de Dougal McGregor trancadas em uma caixa embaixo da cama, isso era (ela dizia firmemente a si mesma) melhor do que manter a varinha trancada lá. No entanto, foi um choque saber através de uma distraída Isobel (no meio de uma conversa por cartas sobre notícias locais) que Dougal havia se casado com a filha de outro fazendeiro.

Alvo Dumbledore encontrou Minerva em lágrimas em sua sala de aula naquela noite, e ela lhe confessou toda a história. Alvo Dumbledore lhe ofereceu conforto e sabedoria, e contou a Minerva um pouco da história de sua própria família, que até então ela desconhecia. A troca de confidências naquela noite entre os dois intensamente reservados colegas foi a base para uma estima e amizade mútuas que durou para toda a vida.

Casamento

Através de seus primeiros anos em Hogwarts, Minerva McGonagall manteve-se em termos de amizade com seu velho chefe no Ministério, Elphinstone Urquart. Ele veio visita-la em um feriado na Escócia, e para sua grande surpresa e embaraço, lhe propôs casamento na casa de chá de Madame Puddifoot. Ainda apaixonada por Dougal McGregor, Minerva o recusou.

Elphinstone, no entanto, nunca havia deixado de amá-la, e nem de propor casamento de vez em quando, mesmo que ela continuasse a recusá-lo. A morte de Dougal McGregor, no entanto, embora traumática, pareceu libertar Minerva. Pouco depois da primeira queda de Voldemort, Elphinstone, agora grisalho, propôs casamento mais uma vez em um passeio à margem do lago nos terrenos de Hogwarts. Dessa vez Minerva aceitou. Elphinstone, agora aposentado, estava fora de si de alegria, e comprou uma pequena cabana em Hogsmeade, para que Minerva pudesse viajar para o trabalho facilmente todos os dias.

Conhecida por sucessivas gerações de alunos como ‘Professora McGonagall,’ Minerva – que sempre fora algo feminista – anunciou que manteria seu próprio nome após o casamento. Tradicionalistas fungaram – por que Minerva se recusaria a aceitar um nome puro-sangue, e manteria o de seu pai trouxa?

O casamento (interrompido tragicamente cedo, embora devesse ser assim) foi muito feliz. Apesar de não ter seus próprios filhos, os sobrinhos e sobrinhas de Minerva (filhos de seus irmãos Malcolm e Robert) eram frequentes visitantes em sua casa. Esse foi um período de grande satisfação para ela.

A morte acidental de Elphinstone pela mordida de uma Tentácula Venenosa, após três anos de casamento, foi uma enorme tristeza para todos que conheciam o casal. Minerva não suportaria ficar sozinha em sua casa, e arrumou suas coisas depois do funeral de Elphinstone e voltou para seus esparsos aposentos de piso de pedra no Castelo de Hogwarts, acessível por uma porta escondida na parede de seu escritório no primeiro andar. Sempre uma pessoa muito corajosa e privada, ela dispensou todas as suas energias a seu trabalho, e poucas pessoas – com exceção, talvez, de Alvo Dumbledore – perceberam o quanto ela sofreu.


PENSAMENTOS DE JK. ROWLING

Minerva era a deusa romana dos guerreiros e da sabedoria. William McGonagall é celebrado como o pior poeta da história britânica. Havia algo irresistível para mim em seu nome, e na ideia de que uma mulher tão brilhante poderia ser parente distante do cômico McGonagall.

Uma pequena amostra de seu trabalho dará um sabor de seu involuntário valor cômico. O texto abaixo foi escrito como parte de um poema comemorando um desastre ferroviário vitoriano:

Bela ponte ferroviária de Silvery Tay!
Ai de mim! Sinto muito em dizer
Que noventa vidas pôs-se a perder
No último sábado de 1879,
O qual será lembrado por muitos tempo, inclusive.

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Traduzido originalmente de Professora McGonagall. © Pottermore.
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