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J.K. Rowling, John Tiffany e Jack Thorne falam sobre 'Cursed Child'

quarta-feira, junho 15, 2016 A+ a-




No dia 05 de junho, a autora J.K. Rowling, junto com o diretor John Tiffany e o roteirista da peça, Jack Thorne deram uma entrevista para o “Observer”, do “The Guardian”. Essa entrevista foi bastante animada e podemos saber um pouco sobre como foi todo o processo de “Cursed Child” até a primeira exibição para o público, que aconteceu nessa terça e quinta-feira (07/06 e 09/06).

Antes mesmo de começar a entrevista, durante o momento da foto para a matéria, John Tiffany já estava brincando com J.K. Rowling, quando o fotógrafo pediu para que eles fizessem uma “escadinha” para a foto, e Tiffany precisou sentar em uma caixa bem desconfortável para conseguir fazer a “pose”; então brincou com Jo “Olha, eu estou me curvando enquanto você passa”, enquanto estava quase ajoelhando no chão para ficar na posição que o fotógrafo pediu. E então Jo também brincou “Eu tenho escrito nos meus contratos que a pessoas devem se ajoelhar para mim enquanto eu caminho”, disse ela rindo.

E é claro que Jack Thorne não poderia ter ficado de fora dessa brincadeira, ele que estava muito animado com o fato de ter escrito a peça, brincou “Antes de continuarmos, eu peço desculpa pela minha altura”, e então levantou e ficou maior que os outros dois.

Embora esse trio seja um tanto quanto improvável, pois cada um deles possuem suas próprias características e personalidades, podemos dizer que tudo ocorreu bem durante um trabalho de mais de dois anos, que teve sua primeira apresentação na terça-feira (07/06).

A produção foi feita em forma de duas peças interligadas, que serão exibidas no Palace Theatre, em Londres. E desde que Jo anunciou, em junho do último ano, que teria uma peça sobre seu amado menino bruxo, as especulações não pararam de aparecer, mesmo com poucas informações dadas.

Bom, a única certeza que temos é que a peça começa exatamente no momento do epílogo de Harry Potter e as Relíquias da Morte. Em que vemos um Harry adulto, agora casado com Gina Weasley, vendo seu filho do meio, Alvo Severo, ir para Hogwarts. Rony também está lá com sua mulher, Hermione, levando sua filha, Rosa. E também há Escórpio, filho de Draco Malfoy.


Além disso, podemos dizer também que a sinopse da peça não oferece maiores informações sobre. Embora pouco tenha sido revelado pela sinopse, isso não deixou que ocorresse uma verdadeira corrida para a compra dos ingressos – 175000 ingressos em 24h foram vendidos – isso apesar de cada fã ter que comprar dois ingressos para poder saber de toda a história.

A primeira entrevista de J.K. Rowling, John Tiffany e Jack Thorne antes da peça ser lançada conta com um rigoroso voto de silêncio, sem muitos detalhes das coisas “O epílogo do sétimo livro é bem pontual para o momento em que eu quero começar a peça”, Rowling disse, calmamente. “É bastante óbvio que no epílogo o personagem que eu estou mais interessada é o Alvo Severo Potter. E você também vê o Escórpio na plataforma”, ela sentou e sorriu, daquele jeito que sabemos que está escondendo algo, mas não quer que a gente saiba o que ela está pensando.

A ansiedade não é pouca, seja para o público ou até mesmo para nossa querida J.K. Rowling “Eu tenho ficado acordada desde às 4h da manhã”, disse Rowling. “Nós fomos ao teatro ontem de noite e eu vi uma cena que mexe muito com meu coração, estavam todos com as vestes, com o cenário, foi extremamente emocionante”, continuou ela.

“Jo tem estado por dentro de muita coisa do processo”, John Tiffany diz. “Muitas”, ela concorda. “Mas na última noite, foi a primeira vez que eu estive no teatro e vi tudo realmente pronto. E estava... Extraordinário”.

“Nós comemoramos com um “soquinho”, não foi?”, disse John Tiffany, sorrindo. “Bom, eu tentei bater minha mão na sua”, Rowling respondeu. “E você tentou balançar a minha. Então esse não foi o momento mais divertido de todos... mas para ser honesta, estava escuro...”. “E bem, eu não sou conhecido por dar “'soquinhos'”, disse o diretor. “E eu também não”, acrescentou Rowling. “Eu apenas senti que o momento precisava daquilo”.

Jack Thorne relembra John Tiffany que ele pedia para que não ficassem contando o número de dias que faltava para as cortinas levantarem, porém, ele mesmo acompanhava as horas, minutos e segundos para que isso acontecesse por meio de um painel que tinha no site. Ainda assim, mesmo com toda essa ansiedade, John é um exemplo de coragem “Se você tivesse me perguntado um ano atrás com eu estaria me sentindo hoje, eu acho que eu responderia que eu estaria me remoendo em pedaços em um canto. Mas eu me sinto completamente são”“Você é tão calmo,” Rowling interrompe. “Eu não estou nada calma”.

O começo de Cursed Child aconteceu em um encontro entre Jo e Sonia Friedman, a produtora da peça. Rowling explica: “Você deve imaginar que sempre há alguém me pedindo para eu fazer alguma coisa a mais de Harry Potter, tipo umas cinco vezes por semana desde que a série terminou. Sonia só queria explorar uma produção teatral e eu obviamente a conhecia por sua reputação, então pensei que eu realmente queria conhecê-la e ouvir o que ela tinha a dizer”.

Depois disso, Sonia decidiu me apresentar ao John, cuja carreira está envolvida em muita magia, já que ele foi o responsável pelo enorme sucesso de várias peças. Além disso, Rowling conhecia o trabalho dele; além de ter assistido o seu crescimento dentro da carreira, como um roteirista de programas na TV, e algumas peças características como Hope (sobre os cortes do orçamento do governo, dirigida por Tiffany) e The Solid Life of Sugar Water.

Então a ideia de trabalhar com todas essas pessoas começou a interessá-la. “Essa é a razão da peça ter acontecido, porque eu pensei que eu nunca mais teria a oportunidade de trabalhar com pessoas tão talentosas como eles novamente”, ela explicou.


Quando ela conheceu John Tiffany, ela percebeu que já havia o encontrado antes – mais ou menos em 1990 quando ela era uma pobre mãe solteira, escrevendo o que se tornaria o primeiro livro de Harry Potter, acompanhada de alguns copos de café. Uma de suas cafeterias preferidas era a no teatro Traverse, onde Tiffany era um assistente de diretor. “Foi um dos primeiros lugares de Edimburgo que você poderia tomar um cappuccino”, relembra John. “Eu estava lá conhecendo vários atores e atrizes, e eu lembro de ter visto uma mulher escrevendo com um carrinho de bebê ao seu lado. Eu lembro de a gente tê-la cumprimentado uma vez, e Jo disse ‘Vocês se importam se eu ficar aqui?’”.

“Porque eu tinha comprado muito café”, ela explica, antes de John acrescentar: “Então cerca de um ano mais tarde, eu descobri quem era ela. E ela não voltou mais para a cafeteria do teatro Traverse”.

Enquanto Jo ia construindo seu império bruxo com livros e filmes, Jack Thorne era assim como nós e estava aproveitando esses resultados. “Eu era completamente Potterhead”, ele disse com um grande sorriso. “Eu ainda me considero um Potterhead e eu espero que os Potterheads não me odeiem tanto depois da peça, como se eu não fosse permitido de ser parte deles novamente”.

Claro que a gente não vai te odiar, Jack, você pode continuar fazendo parte dessa enorme comunidade, ok?!

Então ele continua lembrando que ele era um pouco velho para ser uma das crianças que formavam fila nas livrarias por volta da meia noite em cada lançamento dos livros de Harry Potter – essas crianças estão por volta de seus 25 ou 30 anos e são quem formam a base de fãs mais enlouquecida com “Harry Potter and the Cursed Child”. Ainda que Jack tenha se auto descrito como um “nerd fã de fantasia”, que lia cada livro que era lançado, assim como via cada filme que estreava. “Eu ficava sempre na minha com minha camiseta dos Caça Fantasmas, então as pessoas podiam acreditar que eu estava lá apenas por gostar do gênero”, diz ele com um enorme sorriso.

John confessa que não sabia desse lado Potterhead de Jack quando o chamou para escrever a peça e Jack conta para a gente como foi “Ele me convidou quando nós estávamos no metrô indo para o prêmio do The South Bank Show”. “Tão glamoroso” John ri. “E tão apropriado, uma estação de metrô”, disse Rowling, misteriosamente. Jack continua: “E ele disse ‘O que você acha?’ E eu fiquei completamente louco no meio da rua. Embora eu seja completamente tímido, não estava me importando se alguém iria ver ou se importar, então eu enlouqueci”.

Então quando Jack foi com John para a casa da Jo, em Edimburgo, acabaram descobrindo que havia uma clara empatia entre fã e autora “Jack e eu somos semelhantes em diferentes maneiras”, disse Rowling “Nós dois somos – embora não pareça agora – muito introvertidos, aquelas pessoas que são muito felizes em ficar sozinhas em seu quarto, além de várias semelhanças no modo de trabalhar, então eu senti como se ele fosse da minha tribo”.

“Eu ficava sempre na minha com minha camiseta dos Caça Fantasmas, então as pessoas podiam acreditar que eu estava lá apenas por gostar do gênero”

“E temos também algo em comum”, Jack completa, antes de pedir para ela a permissão para contar a próxima história. “A gente estava conversando sobre como é horrível ter 10 anos. Aquele é o momento em que você percebe que você pode nunca ter amigos. As outras pessoas terão amigos, mas pode ser que eu nunca tenha. Eu estava falando sobre comprar um casaco: Eu comprei o mesmo casaco que Matt Cox, que era considerada a criança mais legal de todas na escola e ele sempre usava aquele casaco para ir à escola, então como eu comprei o mesmo casaco que ele, minha mãe me obrigava a usá-lo, pois era o único casaco que eu tinha para ir para a escola. E como ele também sempre usava aquele casaco, as pessoas diziam que eu o estava copiando”.

Jack ainda não gosta dessa história, então rapidamente Jo continua “E eu tive exatamente a mesma experiência aos 10 anos, eu decidi ter o mesmo corte de cabelo que Susan Hook. Eu fui para a escola e todo mundo achou que eu estava tentando ser a Susan Hook, que humana patética. Eu tive a mesma experiência em ser infeliz na minha escolha. E isso é algo que te acompanha para sempre”.

A sensação do isolamento faz lembrar do universo de Harry Potter – e é por isso que as pessoas têm tanto amor por ele. “Quando você cresce é muito fácil você se sentir sozinho e inseguro”, diz John. “E o que Jo tenta capturar, eu acho, é um mundo feito com essas pessoas para que elas se sintam menos sozinhas”.

“Absolutamente”, diz Jack, enquanto Rowling escuta atentamente. “Eu tenho um menino, e eu e minha mulher demos o nome a ele de Elliott, porque ET meio que salvou minha vida, pois esse filme é basicamente sobre algo que veio de fora que pode ser muito melhor do que você mesmo. É o mesmo com Harry e Hermione. Jo apenas nos mostrou esse maravilhoso mundo mágico que ela criou”.


E é por conta disso tudo que a Jo acaba tendo essa enorme admiração por fãs de vários lugares “Eu nunca pedi para criarem uma enorme comunidade, mas eu acho que não exista autor vivo que não queira todas essas pessoas te mandando milhares de mensagens reagindo ao seu trabalho”, ela diz. “E foi isso que aconteceu. As pessoas entraram no mundo, assim como eu”.

“O que Jack disse sobre ET... esse é o motivo dele ser o homem certo para o trabalho, porque ele entendeu isso. Ele é a escolha perfeita. A grande razão das pessoas amarem Harry Potter é porque elas se sentem como se pudessem ser elas mesmas. Esse sentimento de pertencer a um outro mundo, mesmo que muito distante, e tem mais; é como uma promessa de um outro mundo e isso não precisa ser mágico, pois para uma criança solitária, ou uma pessoa insegura, ou qualquer um que se sinta diferente ou isolado, a ideia de ter um lugar em que você se encaixa é maravilhoso”.

Depois de muita conversa e com a base da peça formada, com Rowling contribuindo com ideias – apesar de ela ter sido muito clara que a peça foi escrita por Jack. “A partir do momento que ele produziu o primeiro rascunho, eu pensei bingo, é isso”. Ela nunca havia pensado em escrever a peça ela mesma, além de também ter seu outro projeto para esse ano, o filme de “Animais Fantásticos e Onde Habitam”, contando as aventuras de Newt Scamander em 1920, em Nova Iorque, décadas antes de Harry Potter, que leu o livro de Newt na escola.

“Eu não sou arrogante, tanto que pensei que quando se tem um roteirista excelente se oferecendo para fazer isso, eu deveria dizer ‘Bom, eu nunca fiz isso antes, mas eu vou aceitar isso’. É a questão de saber seus limites para as coisas. Eu estava razoavelmente envolvida nos scripts de Harry Potter. Eu estou mais familiarizada com esse mundo. Eu não me sinto segura escrevendo o roteiro para uma peça, mas eu tenho total segurança em Jack escrevendo-o, eu amei isso. Então, o que mais eu poderia pedir além disso?!”.

Além disso tudo, Rowling se estabeleceu como uma grande escritora em livros fora do mundo de Harry Potter, em livros para adultos, como Morte Súbita e a série do detetive Cormoran Strike, escrita sob o pseudônimo de Robert Galbraith, livros que permitem que ela explore temas mais violentos e mostre sua preferência por suspenses, como o último livro, Vocação para o Mal, que foi indicado para um prêmio na última semana.

Porém, uma vez que você a conhece, você percebe que Harry Potter nunca a deixou. “Isso foi há 17 anos, e apenas porque eu parei de escrever sobre isso, não significa que minha imaginação parou”, ela disse. “É como correr uma longa corrida, você não pode simplesmente parar próximo da linha de chegada. Eu tenho alguns materiais e algumas ideias e temas, então nós três fizemos a história acontecer”.

“Mas eu penso nesse mundo [de Harry Potter] várias vezes”, ela admitiu. “Eu nunca irei odiar esse mundo. Eu amo esse mundo. Mas há outros mundos que eu quero viver dentro também. Para ser perfeitamente honesta, eu me divirto com isso – mas se eu não me divertir mais, não irei continuar”.

Com peça e filme para o ano de 2016, Jo o está chamando de “um ano mágico”. “Eu sempre digo, nunca diga nunca, e a razão disso é que eu sempre tive pequenos fragmentos da história em minha cabeça – tanto para Animais Fantásticos que acontece anos atrás, quanto para Cursed Child, que acontece anos para frente. Então ainda há material para isso na minha cabeça”.

Apesar disso, Jo não queria que fosse uma oitava história qualquer, ou mesmo que os antigos livros fossem para o teatro. “Eu continuo sendo interrogada se eu não faria um musical, e eu não gosto de musicais”, ela disse, franzindo a testa. “Teatro, por outro lado, eu amo. Eu acho um mundo sedutor – não há nada melhor que ver um ator atuando ao vivo. Mas eu nunca tive alguém que propusesse algo tão maravilhoso para mim como isso”.

“Eu acredito que a experiência do teatro, como uma peça, será algo diferente de tudo que as pessoas já viram antes. E uma vez que elas terão essa experiência, elas irão entender porque isso seria o ambiente perfeito para a história”.

Rowling, Jack e John, depois de debaterem as ideias por mais de dois anos, perceberam que a história que estavam planejando era longa demais para caber em uma tarde “Você não vai ter espaço para os personagens”, disse Jack. “Isso será apenas enredo, enredo e mais enredo”.

John explicou: “Enquanto no filme você consegue deixar algumas partes da história meio que implícitas, no teatro você precisa de um tempo para absorver as coisas. Então nós pensamos em dividir isso em duas partes; embora a ideia não fosse muito legal, a gente não queria mudar a história para caber em uma parte. Nós estávamos muito nervosos até o momento em que o público começou a comprar os ingressos, e a resposta foi fantástica, pois tínhamos medo das pessoas acharem que a gente só estava fazendo isso para ganha dinheiro, mas não, a gente não estava”. Rowling completou “Nós tínhamos espaço para fazer o que a gente tinha planejado em fazer com a peça sendo em duas partes”.

Os preços dos ingressos foram mantidos particularmente baixos – 120 assentos para cada performance custando £20 ou menos, e é possível ver as duas partes por £30. (Não é uma obrigação comprar as duas partes de Cursed Child, embora 98% das pessoas tenham feito isso). Os melhores assentos custavam £65 por espetáculo [totalizando £130].

A controvérsia a respeito da duração foi então evitada. Controversas sobre o elenco, por outro lado, não. Quando Jamie Parker foi anunciado que iria interpretar Harry, Paul Thornley seria o Ron e Noma Dumezweni seria Hermione, toda a atenção ficou focada na notícia de que uma atriz negra havia sido escalada para interpretar um dos bruxos do trio.

Iremos resumir um pouco essa parte, ok pessoal, pois vamos fazer um post apenas sobre a questão de Noma Dumezweni interpretar Hermione, então aguardem que logo logo vocês poderão terão um post exclusivo para isso aqui no WickRed, ok?

“Noma foi escolhida porque ela foi a melhor atriz para o trabalho. Quando John me disse que ele iria escalar ela, eu disse ‘Oh, isso é fabuloso’ porque eu vi ela atuando e ela foi fabulosa”.
[...]
“Hermione pode sim ser negra com minha benção e meu entusiasmo”.

Para Rowling, trabalhar com Jack tem sido um grande aprendizado “É uma linguagem completamente nova para mim”, ela disse. “Então observando Jack e o que ele pode fazer no papel e como ele consegue traduzir tudo aquilo para o palco tem sido uma verdadeira revelação para mim. Eu sei sobre romances e sei sobre filmes, mas isso é um mundo completamente diferente para mim. Jack consegue ter grades ideias que eu não consigo por conta de não entender a respeito desse mundo do teatro”.

O que inspira o criador, diretor e a escritora é pensar que assim como os livros de Harry Potter encorajaram uma geração para o mundo da leitura, então essa peça de Harry Potter pode introduzir uma nova plateia para o teatro. Jack diz: “A frase que John mais odeia é ‘Eu poderia ir mais ao teatro’, porque isso contem a ideia de que ir ao teatro é uma obrigação”. “Como comer vegetais”, Rowling completa. “Ou ir para à igreja”, adiciona John. “É isso”, continua Jack para terminar em harmonia, “é a morte do teatro. Isso é a oportunidade, eu acho, para as pessoas não acharem que devem ir ao teatro apenas por ir ao teatro, mas para elas descobrirem que elas querem ir ao teatro”.


Esse sentimento encorajou John em fazer essa experiência ser o mais puramente teatral “Não é um simples espetáculo”, ele disse. “Espero que seja algo que te coloca para dentro daquilo. É absurda a ambição que se tem dentro do teatro, mas isso também se trata do público e da imaginação, o que é exatamente o que um escritor faz, e muito bem”.

Com cerca de dois meses antes de começarem as apresentações oficias [a primeira no dia 30 de julho], todos esperamos que as apresentações mantenham suas surpresas guardadas. “Eu tenho insistido nisso várias vezes”, disse Rowling. “E eu espero que a gente consiga isso sem nenhum spoiler, pois eu realmente quero que as pessoas tenham essa maravilhosa experiência de não saber o que as aguarda”.

“Generalizando, os fãs de Harry Potter são como uma comunidade, eles cuidam uns dos outros, e eles querem que todos tenham a mesma sensação de mistério e surpresa. Então estamos esperançosos. Mas isso também não será o fim do mundo. Nós não iremos fazer tempestade em copo d’água por conta disso, mas esperamos que o público colabore com isso e que a gente possa contar com eles”.

Enquanto isso, eles aguardam pelo dia 30 de julho, o início das apresentações oficiais, o que deve ser realmente o último Harry Potter, que irá surgir debaixo de uma grande luz ofuscante.

Agora é aguardar até dia 30 de julho para a estreia oficial. E caso você queira ir, mas acha que todos os ingressos estão esgotados, fica aqui a dica do WickRed: todas as sextas-feiras, às 13h [9h no horário de Brasília], são liberados 40 ingressos por um preço bacana (ok, preços em libras nunca são bacanas, mas vocês entenderam) no site da peça. Então quem quiser ir, é só entrar no site na próxima sexta, ficar apertando o botão do F5 e torcer para conseguir seu ingresso!