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Tradução de ‘Corujas’, texto de J.K Rowling ao Pottermore

domingo, maio 01, 2016 A+ a-


Corujas são criaturas mágicas normalmente usadas para entrega de cartas e pacotes no mundo bruxo. Elas são conhecidas por sua velocidade e discrição e por encontrarem os destinatários sem precisarem de um endereço. Os alunos do primeiro ano são permitidos a levá-las para a escola como animais de estimação.

A velha superstição britânica de que dá azar ver corujas voando durante o dia é facilmente explicada, porque quando bruxos quebram o código e mandam mensagens durante o dia, algo trágico deve estar acontecendo no mundo mágico. Consequentemente, os trouxas também vão experimentar uma perturbação desagradável, sem a menor ideia do porquê.

Como uma ave de rapina (principalmente) noturna, a coruja é vista como sinistra pelos trouxas, mas tem sido um ajudante fiel e companheiro para os bruxos e bruxas por muitos séculos. Apesar de muitas alternativas disponíveis para a comunicação mágica entre longas distâncias (incluindo Patronos, Pó de Flu e objetos encantados como espelhos e até moedas), a fiel e confiável coruja permanece como o método mais comum usado pela classe bruxa em todo o mundo.

As vantagens de utilizar corujas como mensageiras são as mesmas qualidades que os trouxas veem com superstição: elas trabalham escondidas na escuridão, ao que os trouxas têm uma aversão supersticiosa; elas têm uma visão noturna excepcionalmente bem desenvolvida, são ágeis, furtivas e capazes de agredirem quando forem desafiadas. São tantas corujas empregadas por bruxos em todo o mundo, que em geral é seguro assumir que praticamente todas elas são propriedade do Correio-Coruja de seu país, ou de um bruxo individual.

Seja porque elas possuem um inclinação inata para a mágica (assim como os porcos são conhecidos por serem naturalmente não-mágicos), ou porque gerações de seus ancestrais foram domesticados e treinados por bruxos e elas herdaram traços que tornam isso mais fácil, corujas aprendem muito rápido, e parecem prosperar em suas tarefas de rastrear e monitorar os bruxos a quem devem enviar as cartas.

A associação mística entre o nome e o humano que o carrega foi compreendida a muito tempo por bruxas e bruxos de todas as culturas. Enquanto o processo permanece misterioso até para aqueles que treinam corujas para serem animais de estimação mágicos ou corujas mensageiras, os pássaros parecem ser capazes de fazer uma conexão entre o nome à pessoa, podendo rastrear a bruxa ou o bruxo destinatário, onde quer que ela ou ele esteja. Uma coruja não não precisa saber o endereço, embora os bruxos geralmente coloquem o lugar no envelope, na possibilidade da coruja ser interceptada e a carta cair em outras mãos.

Caso um bruxo desejar não receber cartas (ou ser rastreado de qualquer forma), ele terá que recorrer a feitiços para se repelir, disfarçar ou mascarar, dos quais há uma grande variedade. É possível se proteger de todas as correspondências, ou de todos menos aquelas carregadas por uma coruja específica. Se um(a) bruxo(a) não quer ser contatado por um credor persistente, ou por um(a) ex-namorado(a), ele deve tentar um feitiço de mascaramento específico para aquela pessoa, mas essa estratégia é facilmente contornada, pedindo a outra pessoa para enviar a coruja. Em geral, é preciso de uma magia fortemente protetiva, e de uma disposição a renunciar muitos cartões de aniversário, para evitar a atenção do correio-coruja.

Corujas treinadas são caras, e é bastante normal que uma família bruxa compartilhe uma única coruja, ou usem apenas corujas postais.


PENSAMENTOS DA J. K. ROWLING

Meu amor e fascinação pelas corujas vem bem antes da minha primeira ideia de Harry Potter. Eu atribuo isso a uma coruja fofinha de brinquedo que minha mãe fez pra mim quando eu tinha seis ou sete anos, e eu adorei.

Claro, as corujas são associadas a magia há muito tempo, e aparecem em muitas ilustrações antigas de bruxas e bruxos, sendo superadas apenas pelos gatos como a criatura mais mágica. A associação das corujas com sabedoria foi estabelecida em tempos romanos, pois é o emblema de Minerva, deusa da sabedoria.

As espécies de corujas nos livros de Harry Potter incluem a coruja-águia (grande, com crista e de olhar feroz, como a de Draco Malfoy); a coruja-anã (pequena, fofa, mas talvez não muito impressionante, como Pichitinho, a de Rony); e a coruja-das-neves, também conhecida como coruja-fantasma (a Edwiges, de Harry).

Eu cometi alguns erros básicos ao descrever Edwiges. Primeiro, corujas da neve são diurnas (voam durante o dia). Segundo, elas são praticamente mudas, então os frequentes pios e cantos de aprovação e conforto emitidos por Edwiges devem ser entendidos como um sinal das suas habilidades mágicas. Terceiro, como incontáveis amantes de corujas bem intencionados e especialistas escreviam para mim no começo, corujas não comem bacon (Edwiges experimenta um pouco de bacon quando ela entrega as correspondências no café da manhã).

Quando imaginei o Errol, a coruja velha, resignada e com trabalho excessivo da família Weasley, eu tinha em mente uma imagem que eu pensava que já tinha visto, que misturava um pássaro muito cômico, grande, fofo, cinza e de olhar aturdido, de uma espécie que eu nunca conheci. Na verdade, eu pensava se não seria uma fotografia ou se minha imaginação estivesse distorcendo a imagem. Foi com puro prazer, então, que eu fiz a minha primeira visita ao aviário nos estúdios de Leavesden, onde estavam filmando Harry Potter e a Pedra Filosofal, e vi uma série de corujas grandes, cinzas, fofas, de olhares aturdidos piscando pra mim, como uma cópia exata da imagem distorcida que eu achava que tinha sonhado. Todas elas estavam interpretando Errol, e elas são as Cinzentas.

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Traduzido originalmente de Owls. © Pottermore.
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