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Tradução de 'Lobisomens', texto escrito por J.K Rowling ao Pottermore

quinta-feira, junho 18, 2015 A+ a-


Existem lobisomens em todo o mundo e eles tradicionalmente têm sido párias nas comunidades bruxas de onde eles saíram; bruxas e bruxos que frequentemente se envolvem em caçadas ou estudos de tais criaturas se expõem ao mais elevado risco de ataque do que a maioria dos trouxas. No final do século dezenove, a grande autoridade bruxa em lobisomens, professor Marlowe Forfang, publicou o primeiro estudo sobre seus hábitos. Ele descobriu que quase todos aqueles que ele conseguiu estudar e questionar tinham sido bruxos antes de serem mordidos. Ele também aprendeu com os lobisomens que os trouxas têm um ‘gosto’ diferente dos bruxos e que eles são mais suscetíveis a morrer devido às mordidas, enquanto bruxos e bruxas sobrevivem para se tornarem lobisomens.

O policiamento do Ministério da Magia sobre os lobisomens tem sido desde sempre confuso e ineficiente. Um Código de Conduta dos Lobisomens foi desenvolvido em 1637, o qual os lobisomens deveriam supostamente assinar, prometendo não atacar ninguém, e  sim se trancarem em segurança a cada mês. Sem surpresa nenhuma, ninguém assinou o código, assim como ninguém estava pronto para entrar no Ministério e admitir ser um lobisomem; problema este que o Registro de Lobisomens também sofreu. Por anos, esse Registro, no qual cada lobisomem deveria colocar seu nome e detalhes pessoais, permaneceu incompleto e incerto, pois muitos dos recém-mordidos se esforçaram em esconder sua condição e escapar da inevitável vergonha e exílio.

Lobisomens sempre estiveram em um limbo entre as Divisões de Bestas e Seres do Departamento de Regulação e Controle de Criaturas Mágicas por anos, pois ninguém conseguia adivinhar se suas mentes, uma vez na forma de lobisomens, deveria ser classificada como humana ou bestial. Até certo ponto, o Registro de Lobisomens e a Unidade de Captura de Lobisomens estavam na Divisão de Bestas, enquanto ao mesmo tempo, havia um escritório para Serviços de Suporte a Lobisomens estabelecido na Divisão de Seres. Ninguém nunca se apresentou para os Serviços de Suporte, pelas mesmas razões de nunca alguém ter assinado o Registro, e eventualmente, ambos foram fechados.

Para se tornar um lobisomem, é necessário ser mordido por um igual, em sua forma lupina, durante a lua cheia. Quando a saliva do lobisomem se mistura com o sangue da vítima, a contaminação ocorre. Muitos mitos e lendas trouxas sobre os lobisomens são, essencialmente, falsas, embora algumas contenham algo de verdade. Balas de prata não matam lobisomens, mas uma mistura de pó de prata com ditamno aplicada em uma mordida recente irá ‘selar’ a ferida e prevenir que a vítima sangre até a morte (embora trágicos contos sejam contados sobre vítimas que pedem para morrer ao invés de viver como lobisomens).

Na segunda metade do século vinte, muitas poções foram desenvolvidas a fim de aliviar os efeitos da licantropia. A que obteve mais sucesso foi a poção Mata Lobo.

A transformação mensal de um lobisomem é extremamente dolorosa e é geralmente precedida e sucedida de alguns dias de palidez e baixa imunidade. Enquanto em sua forma lupina, o lobisomem perde inteiramente o senso humano de certo e errado. No entanto, é incorreto dizer (como diversas autoridades fizeram, como o notável Professor Emerett Picardy em seu livro Iniquidade Lupina: Por Que Licantropos Não Merecem Viver) que eles sofrem uma perda permanente do senso moral. Enquanto humano, o lobisomem pode ser bondoso com as pessoas. Outra alternativa é serem perigosos mesmo como humanos, como no caso de Fenrir Greyback, que tenta morder e mutilar mesmo como homem e mantém suas unhas afiadas em forma de garras para esse propósito.

Se atacada por um lobisomem em sua forma humana, a vítima pode desenvolver algumas características lupinas, como gosto por carnes raras, mas de outro modo não são atormentadas por efeitos de longa duração. No entanto, qualquer mordida ou arranhão dado por um lobisomem deixarão cicatrizes, estivesse ele ou ela em sua forma humana ou não, na hora do ataque.

Enquanto em sua forma animal, o lobisomem é quase indistinguível do lobo normal, embora seu focinho possa ser ligeiramente curto e as pupilas menores (em ambos os casos, mais ‘humanas’) e a cauda formada por tufos de pelos, ao invés de coberta e fofa. A real diferença é o comportamento. Lobos verdadeiros não são muito agressivos, e grande parte dos contos populares que os representava como predadores brutais, agora são vistos como contos que se referem a lobisomens. Um lobo não irá atacar um humano fora de circunstâncias extremas. O lobisomem, no entanto, caça humanos quase que exclusivamente e oferece muito pouco perigo a outras criaturas.

Os lobisomens geralmente se reproduzem atacando não-lobisomens. O estigma que cerca os lobisomens tem sido tão extremo por séculos que muitos poucos se casaram e tiveram filhos. No entanto, houve lobisomens que se casaram com parceiros humanos e não houveram sinais de que a licantropia tenha sido transmitida aos seus descendentes.

Uma curiosidade sobre essa condição é que se dois lobisomens se encontrarem e se acasalarem na lua cheia (um contingente altamente improvável é conhecido por ter acontecido apenas duas vezes), o resultado do encontro serão filhotes de lobo que se assemelham muito com lobos verdadeiros em tudo, exceto sua inteligência anormalmente alta. Eles não são mais agressivos que os lobos comuns e não perseguem humanos para atacar. Uma pequena ninhada foi liberta uma vez, sob as condições de extremo segredo, na Floresta Proibida de Hogwarts, com a bondosa permissão de Alvo Dumbledore. Os filhotes cresceram e se tornaram lobos belos e incomumente inteligentes; alguns deles ainda vivem lá, o que tem contribuído para o crescimento de histórias sobre ‘lobisomens’ na floresta – histórias que nem os professores ou o guarda-caça fizeram questão de desmentir, pois isto mantém os alunos longe da floresta, o que é, em seu ponto de vista, altamente desejável.

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Traduzido originalmente de Werewolves. © Pottermore.
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